terça-feira, 30 de agosto de 2011

27/08/2011

Imagine nós dois, eu e você, daqui a alguns anos, morando juntos. Não precisaríamos ser namorados, nem casados, nem nada disso. Apenas amigos. E nós seriamos felizes, eu e você. Fotos de nós dois estariam espalhadas pela casa. Fotos suas no meu quarto, fotos minhas no seu quarto. Mas nós dormiríamos juntos. Pelo simples fato de eu te querer por perto, e você me querer também. Pelo simples fato do seu quarto estar bagunçado de mais e a minha cama ser perfeita para nós dois. Eu teria medo do escuro, sem você. E eu andaria apenas com roupas íntimas, e você fingiria não se importar. E eu fingiria acreditar. Eu fugiria de você, correndo pela casa, rindo, com o controle da televisão, só pra você não mudar o canal. E você me pegaria, e ficaríamos abraçados até o silêncio nos constranger. Nossos sábados a noite seriam nostálgicos, olharíamos todos tipos de filme, atiraríamos pipocas um no outro e pediríamos uma pizza. Nostálgicos e perfeitos, porque depois dormiríamos abraçados, no sofá da sala, ao som da melodia dos créditos de um filme de romance em que eu choraria do começo ao fim, e você riria de mim e comigo. Iríamos ao supermercado uma vez por mês, comprar as mais diversas porcarias. E não nos faltaria nada. Você não se importaria com as minhas roupas espalhadas pela casa e pelo seu quarto. Eu não me importaria com a sua bagunça diária, nem com a sua toalha de banho atirada pelos cantos. Nos domingos à tarde, ficaríamos na sacada do nosso apartamentinho no 3º andar, tomando coca e cantando músicas velhas. Olharíamos as pessoas lá em baixo, casais apaixonados, e ficaríamos em silêncio, perdidos nos nossos próprios pensamentos. Suas amigas viriam te visitar, e eu choraria em silêncio, no escuro do meu quarto. Até elas irem embora e você ir dormir comigo, e perguntar se chorei. Eu negaria. Você acreditaria. Me acordaria no meio da noite, para contar um sonho que teve. E nós riríamos juntos. Me acordaria com café na cama, ou com uma rosa roubada do jardim da casa vizinha. Eu deixaria um recado sutil de amor na porta da geladeira antes de sair na segunda de manhã para visitar meus pais. Poderíamos até ter um cachorro. Poderíamos juntos, levar ele para passear. E você decidiria pintar a casa, e ela ficaria vazia, apenas com nós dois e nosso cachorro. Deitaríamos no chão, e eu perguntaria em que você estaria pensando. Você mentiria e me perguntava o mesmo. Eu mentiria. Eu iria para a universidade todo dia de manhã, enquanto você ia para seu trabalho de meio turno em uma empresa de sucesso. Você me amaria, em silêncio. Eu também te amaria, em silêncio. Em alguns anos, eu estaria me formando , e você estaria no topo da carreira. E você me levaria pra jantar e me pediria em casamento. Eu aceitaria. E seria uma linda história de amor.

terça-feira, 23 de agosto de 2011



"Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez."

domingo, 14 de agosto de 2011

Coloquei tantos pontos finais em nós que acabamos cheios de reticências (…)

Veio num sopro, certo dia . Ela gostava dele . Ele gostava dela também . E ainda que essa coisa, o amor, fosse complicada demais para compreender e detalhar nas maneiras tortuosas como acontece, naquele momento em que acontecia dentro da realidade, era simples . Boa, fácil, assim era . Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela . Isso era tudo . Dormiam juntos, porque era bom para um e para outro estarem assim juntos, naquele momento . Não vinha nada de fora, nem ninguém . Deitada nua no ombro também nu dele, não havia fatos . Dormiam juntos, apenas . Isso era limpo e nítido naquele espaço .
Deitada no ombro dele, ela via seu rosto muito próximo . Esse era o tempo, nada mais . E isso, mais tarde saberia, era o único fato do momento inteiro : Via o rosto dele muito próximo . Como um astronauta prestes a desembarcar veria a face da lua, mal reconhecendo o Mar da Serenidade perdido em poeira cinza, assim ela o via naquela proximidade excessiva, quase inumana de tão próxima . Fechasse os olhos – mas não os fecharia, pois já estava dormindo – guardaria contra as pálpebras cerradas um por um dos traços dele . (…) Coisas assim, ela via . E de olhos abertos, embora fechados, pois sonhava, protegia-o, protegiam-se no meio da noite . Tão simples, tão claro . E de alguma forma inequívoca, para sempre . Talvez ele tivesse passado um dos braços em torno da cintura dela, quem sabe ela houvesse deitado uma das mãos sobre o ombro dele, erguendo os dedos até que tocassem no lóbulo de sua orelha . Em todos os dias que se seguiram à noite daquele dia, e foram muitos, honestamente não saberia localizar outros detalhes . Pois enquanto dormia, naquele dia, tudo era só e apenasmente isso : Dormiam juntos .

P.S : Te cuida, dissera ele . E eu ouvi como se fosse um Te Amo .




#BomDomingo

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quanto tempo demora? - Perguntou ele...

- Não sei . Um pouco .
Sohrab deu de ombros e voltou a sorrir, desta vez era um sorriso mais largo .
- Não tem importância . Posso esperar . É que nem maçã ácida .
- Maçã ácida ?
- Um dia, quando eu era bem pequenininho mesmo, trepei em uma árvore e comi uma daquelas maçãs verdes, ácidas . Minha barriga inchou e ficou dura feito um tambor . Doeu à beça . A mãe disse que, se eu tivesse esperado as maçãs amadurecerem, não teria ficado doente . Agora, quando quero alguma coisa de verdade tento lembrar do que ela disse sobre as maçãs .

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Isso é saudade..

Como quando se tira um vestido velho do baú, um vestido que não é para usar, só para olhar . Só para ver como ele era . Depois a gente dobra de novo e guarda, mas não se cogita em jogar fora ou dar . Acho que saudade é isso